sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Estremadura

O nome de Estremadura deve-se ao fato de na reconquista ser a zona onde Estremavam os territórios 
submetidos a mouros e a cristãos. É uma região de terras férteis, devido à travessia do Rio Tejo, onde se produz fruta, legumes, cereais, tomates, azeite e vinho, tendo como principal caraterística as suas lezírias com a criação de cavalos e touros. Esta região possui uma grande concentração de indústrias hortícolas e atividades piscatórias. Esta região é rica em diversividade de paisagens que contrastam entre as suas praias e as suas serras.
A Estremadura abrange a área dos seguintes municípios incluídos nos distritos de: Leiria, Alcobaça, Alvaiázere, Ansião, Batalha, Bombarral, Caldas da Rainha, Marinha Grande, Nazaré, Óbidos, Peniche, Pombal e Porto de Mós.
Lisboa é a capital e a maior cidade de Portugal. Lisboa possui inúmeras atrações turísticas, e está localizada na margem direita do Rio Tejo, abrange a área dos seguintes municípios: Odivelas, Loures, Benavente,  Amadora, Alcochete, Oeiras, Almada, Seixal, Montijo, Moita, e Barreiro.
Lisboa é a cidade mais rica de Portugal, o porto de Lisboa é o mais activo da costa Atlântica Europeia. As indústrias principais consistem em refinarias de petróleo, indústrias têxteis, estaleiros, siderurgia e pesca.
É também uma cidade com uma vibrante vida cultural. Epicentro dos descobrimentos, desde o século XV a cidade é o ponto de encontro das mais diversas culturas.
A estremadura é também abrangida por alguns concelhos do distrito de Setúbal, tais como: Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal.
A cidade possui imensos bairros destacando o Bairro do Troino, as Fontainhas, o Bairro Santos Nicolau e a fonte nova, zonas onde viviam grande parte da comunidade de pescadores.
É conhecido por ser um importante centro industrial e por possuir o terceiro maior porto de Portugal.
Desde o castelo de São Filipe podem-se apreciar umas magnificas vistas da cidade de Setúbal.
No inverno as temperaturas são baixas e os verões muito quentes chegando aos 40º.
Alcochete é sede da Reserva Natural do Estuário do Tejo, possuindo várias salinas onde nidificam diversas espécies de aves aquáticas.
Acredita-se que Alcochete terá origem Árabe, principalmente devido a dois factos: A origem do nome Al caxete que poderá significar o forno e pela localização da Igreja Matriz, edificada no século XIV e que, segundo a tradição da época, foi construída sobre um templo árabe.
No entanto a primeira ocupação humana documentada refere-se à presença Romana, através de achados de um centro de olaria onde eram fabricadas ânforas e outros artefactos para acondicionamento e transporte de alimentos. À ocupação romana, sucedeu a ocupação árabe, sendo o topónimo o legado mais visível, desenvolvendo estes na região a agricultura: sistemas de rega por canais e citrinos.
A designação de Almada pensa-se que possa ser proveniente da palavra árabe المعدن (transliteração:al-ma'adan), «a mina», pelo motivo de que, aquando do domínio árabe da Península Ibérica, os árabes procediam à exploração do jazigo de ouro da Adiça, no termo do Concelho.

Por volta do século XIX, o concelho de Almada altera-se como consequência de vários tipos de indústria, nomeadamente na área da tecelagem, da indústria naval, moagem e cortiça. Devido à união de duas características como o sector industrial e a disposição geográfica da cidade, Almada tornou-se um ponto de fixação da população. A 4 de Outubro de 1910 desenvolve-se a antecipação da proclamação da república neste concelho. Sendo dos primeiros concelhos a destacar-se nesta afirmação política. Em finais dos anos 40 até início dos anos 70, há um aumento abrupto do fluxo migratório devido à procura de emprego e de habitação, criando grandes mudanças no concelho, e consequentemente afetando os transportes, urbanismo e vida sociocultural.
A cidade portuguesa de Barreiro teve origem numa «pobra» ou aldeia ribeirinha, repovoada após a reconquista, sob a égide dos Cavaleiros da Ordem de Santiago da Espada. A paróquia de Santa Cruz do Barreiro remonta aos séculos XIII-XIV, tendo sido comenda da Ordem de Santiago da Espada.
Desde então o Barreiro tornar-se-ia uma “moderna vila industrial e operária", transformando por completo o antigo aspecto da vila, tanto social, económica, como urbanisticamente, o Barreiro transfigurava-se. A malha urbana cresceria além dos limites do próprio concelho, até à vizinha Moita. Os vestígios deste passado são ainda hoje uma marca da cidade, através das Oficinas da CP, dos Bairros Operários, e em especial do ainda presente parque industrial-empresarial da Quimiparque (actual nome da antiga CUF e QUIMIGAL).
É sede de um pequeno município com 55,08 km² de área mas 66 029 habitantes (2011), subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte e a leste pelo município do Montijo, a sueste por Palmela, a oeste pelo Barreiro e a noroeste tem uma estreita faixa ribeirinha no estuário do Tejo.
Montijo tem a sua história intimamente ligada ao Rio Tejo, pois grande parte da sua área geográfica é delimitada pelo mesmo. A presença humana fez-se sentir naquela região desde muito cedo (pelo menos desde o Paleolítico, segundo vestígios arqueológicos encontrados), devido, muito provavelmente, às excelentes condições naturais.
Em 1942 a cidade de Montijo beneficiou de profundas obras de "melhoramentos locais", nomeadamente com a instalação das redes públicas de abastecimento de água e luz eléctrica. Ao longo da década seguinte (1950) a cidade inaugurou o novo Palácio da Justiça (sede do Tribunal da Comarca de Montijo), a nova Estação dos CTT, o Hospital Distrital, o Mercado Municipal, o Cine-Teatro Joaquim de Almeida, o Estabelecimento Prisional de Montijo, a Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos (que substituiria a velha Praça de Touros construída em 1888), entre outros equipamentos. Inaugurou, também, dentro dos limites do concelho, a novíssima Colónia Agrícola de Pegões, aí instalada pela Junta de Colonização Interna e que viria a constituir, por desanexação de áreas pertencentes às freguesias de Canha e Marateca, a freguesia de Santo Isidro de Pegões.
A presença do Homem na região que hoje é ocupada pelo município de Palmela remonta ao Neolítico superior, onde a sua presença é bastante notada, sobretudo durante a cultura do campaniforme, e cujo testemunho nos foi deixado sob a forma do mundialmente conhecido Vaso de Palmela. Ocupada por celtas, romanos e árabes, todos encontraram neste território um lugar estratégico para se fixarem.
Foi no Seixal que os irmãos Vasco e Paulo da Gama construíram as embarcações para a viagem até à Índia. Enquanto Vasco da Gama estava em Lisboa a preparar a viagem, Paulo da Gama comandava os carpinteiros e calafates na construção das naus. Estêvão da Gama, pai dos navegadores, foi comendador do Seixal.
No início do século XVI, a população rondava as três dezenas de fogos e no dealbar do século XVIII, o número de habitantes ascendia a cerca de 400 pessoas. Actualmente, o Concelho tem 180 mil habitantes.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013


    Pastor – Minde – Estremadura

No essencial este traje identifica-se com os seus congéneres da região, mantendo alguns acessórios comuns a todos os pastores, como sucede com a manta, sempre de tecelagem caseira local e decorada nos tons naturais da lã. Também a saca da merenda, a cabaça com água-pé e porrete são indispensáveis para o trabalho atrás dos rebanhos. A zona de Minde era um importante centro de produção de mantas e também de tecidos para os hábitos dos frades, terá contribuído para o abastecimento de panos de lã às populações mais próximas. Por outro lado, a circulação destes produtos, nomeadamente das mantas, pelas feiras de todo o País, muito em particular no Alentejo, terá contribuído para influenciar o seu desenho característico, as mantas de riscas. Mas os contactos entre estas duas regiões, também traziam do Alentejo a lã que abastecia a insuficiente produção local. O pastor vestia camisa de riscado com cós, aberta sobre o peito. Colete de cotim cinzento-escuro, ajustado com botões. Calças do mesmo tecido, com bolsos metidos nas frentes, ajustadas com cinta preta. Na cabeça, barrete de lã da mesma cor e lenço tabaqueiro ao pescoço. Sobre o ombro, manta de riscas de Minde. Segura na mão a saca de retalhos onde transporta a merenda, a cabaça e o varapau. Calça botas de couro ensebadas.


Trajos Domingueiros Saloios – Estremadura





Aos domingos e dias de festa o povo gostava de se vestir com o que de melhor tinha, que não era muito, pelo que se reservava para esses dias um fatito melhor, que logo de seguida era cuidadosamente limpo e guardado, para que se não estragasse, pois só havia esse e pouco dinheiro para comprar ou fazer outro.
O trajo domingueiro masculino era composto por camisa branca em popelina, com peitilho em piquete, de manga comprida com punho, colete de fazenda preto sem bandas (as costas eram de fazenda aos quadrados de cor garrida), calça preta de cós alto com fivelas atrás, à boca-de-sino justo à bota e cinta preta. Jaqueta em fazenda preta com gola em veludo e alapares. Calçava botas de calfe preto. Usava barrete ou chapéu preto. Fazia-se acompanhar de um pau,
“não fosse o diabo tece-las …”.

A rapariga veste casaquinha com gola de gargantilha, abotoada à frente com botões e machos atrás, manga comprida com punhos pretos. Saia comprida de armar sobre o saiote e os colotes de pano branco decorado com rendas. Calça meia de algodão e sapatos de afanado com atacadores. Na cabeça, lenço de cachené. Os morgados eram pessoas de bens, abastados, viviam das terras que possuíam ou que arrendavam, portanto, podiam vestir um pouco melhor e exibir melhores adornos. A mulher usava um lenço branco de seda lavrada na cabeça, casaco preto em seda lavrada de gola e bandas, com machos atrás e punhos de veludo, a saia era comprida do mesmo tecido. Blusa de seda branca, com folhos no peito e punhos rendados. Como roupa interior, vestia saiote e colotes brancos com renda. Calça meias brancas de algodão e sapatos pretos de calfe. Transporta bolsa de veludo preto, para guardar alguns valores e xaile preto de merino franjado, para se proteger do frio.
O homem, veste calças de fazenda de fantasia, à boca-de-sino, colete de astracã preto, jaqueta do mesmo material, com gola de veludo preto e alapares de seda. Camisa branca em popelina com peitilho em nervuras. Ajusta a cintura com cinta de merino preta e na cabeça, chapéu preto de aba larga. Calça botas de cabedal preto. Usa relógio de bolso, com corrente de prata.

Lenda contada por Manuel Bernardes em "Nova Floresta".


Em 1171, Santarém foi cercada pelos muçulmanos. D. Afonso Henriques encontrava-se na vila. Apesar de já não poder montar a cavalo, quis ir combater. Para isso, mandou preparar um carro para o levar ao campo inimigo. Os seus companheiros tentaram dissuadi-lo, preocupados com a segurança do rei de Portugal. Mas este respondeu-lhes:
-"Se pela ventura alguns tiverem receio, o que não cuido, fiquem na Vila, e não vão lá, que eu não poderei sofrer tanta vergonha". E lá partiu para o campo de batalha. Como de costume lutou bravamente, causando muitos mortos no exército inimigo. Venceram os portugueses. Depois da batalha, o rei contou que vira, ao lado do seu braço direito, um outro braço armado e que terminava junto ao ombro com uma asa de cor púrpura. Este braço tinha-o ajudado na luta e tinha-o defendido dos golpes do inimigo. O rei concluiu que este braço pertencia ao seu anjo custódio ou ao arcanjo S. Miguel, visto que ele lhes tinha pedido auxílio antes de entrar na batalha. Muitos dos mouros que tinham também participado na batalha e que ficaram cativos, afirmaram terem visto o mesmo.


                        A Lenda do Castelo de Almourol

Durante a Idade Média, o Castelo de Almourol suscitou a criação de numerosas lendas, às quais não foram decerto alheias a beleza natural do lugar e a harmonia da construção. Uma delas é a de D. Ramiro, alcaide do Castelo de Almourol. Conta a lenda que, voltando cheio de sede de uma campanha guerreira, encontrou duas formosas mouras, mãe e filha, que traziam com elas uma bilha de água. D. Ramiro pediu à filha que lhe desse de beber. Esta, assustou-se e deixou cair a bilha. Enraivecido, D. Ramiro matou-as. Nesse momento apareceu um rapazinho de 11 anos, filho e irmão das assassinadas.

O cavaleiro logo ali o fez cativo e trouxe-o para o castelo. Quando chegou, o pequeno mouro jurou que se vingaria na mulher e na filha de D. Ramiro, duas damas muito belas. Tempos depois, a mulher do castelão definhou e acabou por morrer, vítima de venenos que o mouro lhe foi dando a pouco e pouco. Porém, não conseguiu matar Beatriz, a filha de D. Ramiro, porque os dois se apaixonaram. Um belo dia, D. Ramiro chegou ao Castelo na companhia de outro alcaide, a quem tinha prometido a mão de sua filha. Os jovens apaixonados, inconformados com a sorte que os esperava, fugiram sem deixar rasto. D. Ramiro morreu pouco depois, vitimado pelo desgosto. O castelo, abandonado, caiu em ruínas. Dizem que, nas noites de S. João, D. Beatriz e o mouro aparecem, abraçados, na torre grande do castelo. A seus pés, D. Ramiro implora perdão, mas o mouro inflexível responde-lhe com dureza:
- MALDIÇÃO!