sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Estremadura


Instituída em 1936 como província portuguesa e desaparecida administrativamente como tal em 1976, a região da Estremadura ocupa uma faixa litoral no centro do território e compreende concelhos dos distritos de Leiria, Lisboa e Setúbal. É banhada pelo oceano Atlântico a Oeste, e confina com as regiões da Beira Litoral a Norte, do Ribatejo a Leste, do Alto Alentejo a Sudeste, e do Baixo Alentejo a Sul. A Estremadura abrange uma área de 5345 km2 e compreende 31 concelhos: 8 do distrito de Leiria, 14 do distrito de Lisboa e 9 do distrito de Setúbal. Sendo a faixa de terreno situada a norte e a sul do estuário do Tejo, constitui a parte mais ocidental do território continental português. Nesta região, situa-se Lisboa, a capital do País.

A actividade humana em volta de Lisboa domina todo o conjunto, enquanto centro cultural, político e comercial do país. Aí se destaca também o seu importante porto, e para aí convergem todas as estradas nacionais e as grandes vias internacionais.
Com fáceis comunicações, a Estremadura alimenta uma grande parte da economia, onde concorrem as produções locais, nacionais e até mesmo internacionais. Em Lisboa e nos seus arredores, concentram-se importantes núcleos económicos de todos os géneros: metalurgias, construção naval, têxteis, produtos alimentares, pescas, produtos químicos, etc. A capital possui uma enorme variedade de empresas e constitui também o maior centro de serviços.
É ainda aqui que se estende a zona de mais intensa actividade turística. Não se limitando aos centros mais conhecidos, distribui-se por um elevado número de pequenas povoações que são o grande refúgio de muita população do País. Nenhuma outra zona portuguesa avulta no turismo nacional como a Estremadura. Para isso concorrem os seus monumentos e museus, e a facilidade das suas comunicações.
À sua extrema variedade de paisagem e de terreno corresponde também uma variedade de culturas, hábitos e costumes, que se pode observar no seio da população.
A Estremadura apresenta, nos seus principais pratos típicos, a caldeirada de sardinhas, as favas, as pataniscas de bacalhau e as amêijoas à Bulhão Pato; várias receitas de bifes e de coelho; os pastéis de Belém e de feijão, o pão-de-ló, entre outros.
Nesta região, as romarias podem não ter a vivacidade e os tons alegres das romarias nortenhas, mas reúnem grandes multidões. A tourada é um elemento habitual dessas festas. Na periferia de Lisboa realizam-se algumas das mais concorridas festas de Portugal, parte delas caracterizadas por um cerimonial de trajes.
Muitas foram as individualidades que daqui deixaram o seu nome ligado à História portuguesa, na vida militar, na literatura, na arte, na política, etc. Lisboa sobressai pelo número e qualidade dessas individualidades, dado que é de há muito o maior centro populacional, dotado de condições excepcionais.

A Estremadura é uma antiga comarca portuguesa estabelecida na Idade Média e extinta no século XIX, devendo o seu nome derivar do latim Extrema Durii (extremos do Douro), por designar os territórios adquiridos, na sequência da Reconquista cristã, para Sul do Douro (tal é, de resto, também a origem etimológica do nome da região espanhola da Estremadura); com a progressão da reconquista para Sul, a noção de Estremadura, como terra de fronteira, foi também alargando-se, de tal forma que, no século XV, a Estremadura correspondia, grosso modo, aos modernos distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal. Ao longo da história os limites da Estremadura foram muitas vezes alterados; quando foi extinta, no século XIX, os seus limites correspondiam, grosso modo, aos actuais distritos de Lisboa, Leiria e Santarém.

Na reforma administrativa havida em 1936 foi novamente criada uma Província (ou região natural) da Estremadura. Esta nova província, contudo, englobava apenas uma fracção do território da antiga comarca homónima. Parte do território da antiga Estremadura ficou incorporada nas novas províncias do Ribatejo e Beira Litoral. Por outro lado, a nova Estremadura incluiu parte do actual Distrito de Setúbal que tradicionalmente pertencia à antiga província do Alentejo.

No entanto, as províncias de 1936 não tiveram praticamente qualquer atribuição prática, e desapareceram do vocabulário administrativo (ainda que não do vocabulário quotidiano dos portugueses) com a entrada em vigor da Constituição de 1976.

Fazia fronteira a Nordeste com a Beira Litoral, a Este com o Ribatejo e o Alto Alentejo, a Sul com o Baixo Alentejo e o Oceano Atlântico e a Oeste também com o Atlântico.

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