sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Tradições Musicais da Estremadura: O Amor e o divertimento


Os Bailes Tradicionais

Povo que trabalha e que reza, povo que ama, que folga e se diverte. Após garantir o sustento, após orar e agradecer à divindade, o rural dá largas ao seu ludismo, expande os seus impulsos amorosos, entrega-se à diversão e à folia. Referimo-nos agora já não à festa institucional, quase sempre religiosa, (...) mas fundamentalmente à diversão do dia-a-dia, dos pequenos acontecimentos locais e particularmente aos bailes e às danças populares. Este tipo de bailes ocorre quase sempre também nas romarias, mas o fenómeno, por ser mais vasto, justifica um tratamento especial.



Figuras Típicas de Lisboa - Varina e Varino

Muito embora tenham vindo de outras regiões para a capital em busca de melhor vida, as varinas são, sem dúvida, uma das figuras típicas de Lisboa. De canastra à cabeça percorriam os populares bairros lisboetas, vendendo de porta em porta o marisco. O seu traje é perfeitamente adaptado à sua função, blusa de algodão, saia ampla e comprida e avental de riscas. Para segurar a saia, adaptando a sua altura, ou o ventre, quando grávida, usa em volta das ancas uma faixa de fazenda. Na cabeça, um lenço de fazenda de lã e chapéu de feltro de aba pequena e revirada para cima, de forma a aparar os pingos que caiem da canastra. Nos pés, normalmente descalços, usa socas de madeira e carneira preta.
De inverno usa, pelas costas, um xaile de lã espesso que cruza no peito e amarra nas costas, de forma a permitir a mobilidade dos braços.

O varino provém de regiões costeiras a norte do Mondego. Alguns investigadores, identificam a sua origem na região de Ovar. Chegavam à foz do Tejo sazonalmente à pesca do sável, quando a faina terminava regressavam habitualmente às suas terras. No entanto, muitos foram-se fixando em Lisboa, em bairros como a Madragoa e Alfama, ou junto ao rio, constituindo várias comunidades piscatórias. No entanto, na foz do Tejo, estes homens dividem-se entre a pesca e o transporte de mercadorias entre as duas margens.
O seu traje é constituído por camisa de algodão e calças de pano-cru, largas, de forma a poderem ser arregaçadas. Usa camisola de lã grossa, trabalhada pelas hábeis mãos femininas, e faixa preta na cintura. Na cabeça, para proteger das intempéries ou do sol, um barrete de lã, neste caso preto. No tempo frio, o varino vestia um capote de Saragoça, comprido e com gola larga ou capuz. Nos pés, sempre descalços no mar, usavam em terra socas de madeira e carneira. Estes homens eram ainda populares nas tabernas junto ao cais ou nos seus bairros, pelas capacidades vocais, nomeadamente, no fado, que cantavam e tocavam primorosamente.

1 comentário:

  1. Este trabalho transmite.nos que a Felicidade é feita de pequenos momentos.....

    obrigada pela vossa partilha!

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